Viva Rio exibe cinco curtas em festival de cinema

O Viva Rio emplacou cinco documentários no “1⁰ Cine-Favela Festival: a Favela e os 450 anos do Rio de Janeiro”, mostra audiovisual que acontece entre os dias 10 e 20 de junho, das 19h às 23h, na favela da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio. As produções foram criadas para refletir sobre a importância das favelas e periferias no cotidiano da cidade em diferentes perspectivas, além de mostrar a cultura dessas regiões nos seus mais diversos níveis.

perfeiras

Em sentido horário: Sistah C, Antares Jazz Big Band, Grandmaster Raphael e frame do documentário do Viva Favela

Ao todo, 58 filmes serão exibidos durante a Mostra Competitiva do festival, sendo quatro produções do Viva Favela. No dia 16, às 18h, o longa metragem “Viva Favela, um documentário em construção”, que aborda o jornalismo comunitário sob o olhar atento dos correspondentes do site. Três curtas da série Peri[feras] Musicais, de 2011, Sistah C (dia 10, às 17h30), Grandmaster Raphael (dia 13, às 20h) e Antares Jazz Big Band (dia 17, às 18h), que contam as histórias de artistas veteranos conhecidos apenas dentro de suas comunidades ou em início de carreira, amadores ou sem vínculo profissional com a indústria fonográfica. E o web documentário “Rainha das Quentinhas” (dia 13, às 17h30), de 2014, sobre a moradora do Complexo do Alemão, Dona Silvia, famosa por suas quentinhas vendidas a apenas dois reais.

Mais recente dos selecionados, a animação “Ed, o Mosquito” (dia 14, às 17h), produzido durante uma oficina do Viva Rio Socioambiental na Escola Municipal José Ferreira, em Itaboraí, mostra a saga de um mosquito da dengue ao chegar a uma região cheia de lixo e água poluída, próximo ao manguezal da cidade. Na trama, Ed se apaixona por uma “mosquita” loura, com quem constitui família. O relacionamento dura pouco tempo, pois Ed é o único a sobreviver à passagem do fumacê. Amedrontado com o que ocorreu, ele dá logo um jeito de sair da região.

Clique aqui e acesse o portal Viva Favela 

Saiba mais sobre a animação Ed, o Mosquito

Assista à série Peri[feras] Musicais e o Canal do Viva Favela no Youtube

Quatro, das cinco produções, tiveram o suporte de Walter Mesquita, que hoje integra a coordenação do projeto Viva Favela. “Fazer parte das mostras do Cine-Favela Festival é um reconhecimento do trabalho que desenvolvemos ao longo dos anos (14 de Viva Favela e dois de Viva Rio Socioambiental), além de personificar a cultura que é produzida nas comunidades”, comemora.

10301426_1505941796310849_322938525204493925_n

Turma do curso Ambiente Multimídia da Escola Municipal José Ferreira, em Itaboraí | Foto: divulgação

Para Mesquita, essa é uma oportunidade dos moradores se verem na telona, alguns pela primeira vez. “Ainda vivemos em uma época em que muitas pessoas não têm acesso à cultura, então essa é a oportunidade de incluir esses moradores no circuito cultural da cidade, mostrando que as favelas e periferias transpiram cultura”, diz. O gestor acrescenta que “a população também irá identificar as particularidades, disparidades e similaridades que a sua região tem com as demais”.

É a primeira vez que a Rocinha recebe um projeto deste porte. Além dos dez dias de exibições, também estão previstos o fórum “Audiovisual e Favela”, no dia 19 de junho, que vai oferecer um debate entre produtores e o público; e a realização de oficinas de experimentação audiovisual. O encerramento do festival será no dia 20, na Biblioteca Parque da Rocinha, às 16h com mesa de debates “Acesso à cultura na favela: como, quando, onde e para quem?”, cerimônia de premiação e show de encerramento.

Sobre o Festival

O 1⁰ Cine Favela Festival: a Favela e os 450 anos do Rio de Janeiro é inspirado nas práticas de intervenção de rua desenvolvidas pela TV Tagarela ao longo dos seus 17 anos de atuação na Rocinha que, em parceria com a EntrePontos e com o patrocínio Secretaria Municipal de Cultura, realiza esse evento em comemoração aos 450 anos da Cidade Maravilhosa.

“Assistir aos filmes, pensar e conhecer a respeito das favelas do Brasil está imprimindo em mim cada vez mais a certeza de que existe possibilidade de mudança para este mundo, ela se encontra na trajetória, nos caminhos e nos lugares onde menos esperamos. Tenho chorado, rido, me revoltado e tudo isto tem me feito reviver a favela que mora em mim”, afirma Fabiana Melo, cineasta e uma das curadoras do evento.

Clique aqui e veja a programação completa do Cine-Favela Festival 

(Texto: Flávia Ferreira)

Postado em Notícias na tag .