Proibição torna comércio da maconha altamente rentável

Júlio Purcena (esq), autor da pesquisa, e Rubem César Fernandes, diretor-executivo do Viva Rio

Qual é a diferença de preço da maconha desde o cultivo até o consumidor final? Uma pergunta relativamente simples para uma tarefa complexa, já que não existem dados oficiais sobre o tema.

Uma pesquisa realizada pelo Viva Rio mostra que, de ponta a ponta, ou seja, do cultivo até o varejo, o preço da maconha pode aumentar até 283 vezes. A pesquisa levou cinco meses para ser concluída e utilizou dados da ONU, secretarias antidrogas, órgãos de polícia, informações da mídia e pesquisas com usuários.

O diretor executivo do Viva Rio, Rubem Cesar Fernandes, chama a atenção para a rentabilidade da cânabis. “A comercialização de maconha é um negócio altamente rentável. Feita num mercado ilícito e sem controle, há um salto de valor enorme.”

Rubem Cesar destaca que o mercado ilegal não recolhe imposto, mas cobra outros tipos de taxa como as apreensões feitas pela polícia e o pagamento de propina para a liberação da venda da droga. A ONU estima que o custo da repressão signifique 17% do valor cobrado pelo produto. “O vendedor cobra o que ele quiser. Não existe comércio legal tão lucrativo. Se vender maconha fosse legal, seria muito menos rentável.”

Ainda de acordo com a pesquisa, foram constatadas variações de preço dependendo do local onde a droga era comercializada. O valor do grama da maconha comprada em favelas custa 61% a menos do que os preços encontrados em bairros de classe média. No nível internacional, segundo fontes da ONU, o preço do quilo no atacado varia de 4.580 dólares na Europa Central a 37 dólares na África Ocidental.

Leia o resumo da pesquisa
http://vivario.hospedagemdesites.ws/wp-content/uploads/2011/12/pesquisa_de_ponta_a_ponta_resumo.pdf

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